Gui Batista Um Poeta de Estrada
Um Pouco da poesia de estrada pra você.
terça-feira, 1 de outubro de 2019
sexta-feira, 27 de setembro de 2019
Estrada bonita e florida
Não importam quais são os motivos da lda.
Sentimentos afloram
E um, ou os dois choram,
Mas não adianta a lágrima cair,
Pois o outro já se prepara pra ir.
Por dentro da imensa mata,
A pessoa que era próxima, hoje se afasta
Um caminho extenso de asfalto
A leva de mim, como se fosse um assalto.
Por aquela estrada sem fim.
Ela vai pra longe de mim.
A estrada é bonita e florida,
Mas leva e traz pessoas de vida sofrida.
Pra longe da dor,
De ter perdido um grande amor.
Por isso o caminho apesar de bonito é triste
E a tristeza, mesmo no meio de tanta beleza persiste.
A estrada bonita e florida,
Traça novos rumos para cada vida.
Um vai na direção do mar,
Enquanto o outro não sabe onde vai chegar.
Um no mar chegou
E o outro no interior do país se encontrou.
Gui Batista
Florescer da vida
As flores brotam
Mudando as cores
Do caminho
Desabrocham
E se abrem
Colorindo
Nossos rumos
Com carinho
Violetas e azuis
Amarelas, vermelhas
A frente
A imensa trilha
As vezes de asfalto
Outras
De terra marrom
Lá encima um céu azul
Com nuvens brancas
Iguais as que víamos
Na velha infância
Despertando
Nossa imaginação
Olhe aquela nuvem
Sua forma
Lembra
Um violeiro
Tocando canções
Ouço a melodia
Falando de flores
De quantos amores
Existem
Pisando o mesmo chão
Corações separados
Com ponteiros atrasados
Tentando adiantar
As horas,
Almejando viver
Os minutos
Desse tempo
Dissoluto
Sem perder
Nenhum minuto
A margem
Da nossa estrada
Da nossa viagem terrena
Existem detalhes
Que podem mudar
Tudo em nossas vidas
Se atente
Viva o presente
Quando a gente
Menos espera
Os ponteiros
Se acertam.
Gui Batista
segunda-feira, 21 de maio de 2018
Marcam vidas
Raras e perecíveis.
Gui Batista
quinta-feira, 17 de março de 2016
Amigo desaparecido
Desapareceu
Sem falar nada
Foi aos poucos se afastando
E quando dei conta,
Mais um amigo sumiu.
Nem falamos que nos amávamos
Simplesmente deixamos
Que o tempo passasse
E cada dia que passava
Mais a ausência aumentava.
Em Clarice Lispector
Quando ela fala:
"O adulto é triste e solitário"
Pois sei que
Amizades verdadeiras
Sempre vão aparecer
E reaparecer.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Semente de paixão
Invisível semente
Querendo mudar
A terra da gente
e nos habitar
Transpassando
O chão da gente
Causando
Dor inexistente
Que cai
No coração da gente
Que brota a noite
E cresce de dia
Ninguém sabe
Só o que nos resta
É regar e cuidar.
Sentimento guardado
A boca silenciou
E o coração
Gritou
Despertou o sentimento
Que um dia
No relento adormeceu
E se acomodou
Na madrugada da vida
Se escondeu
Mas ao amanhecer
De um novo dia
O sentimento guardado
Reapareceu.
Gui Batista
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016
Maluco de estrada (Gui Batista)
Precisei mais uma vez
Pirar minha cabeça
Pra desrosquear
O parafuso derradeiro
Que me prendia a você
Desci a serra
Fui pra praia
Lá pro alto eu subi
E no topo da montanha
Não mais te ví
Te esquecer tentei
Fui longe pra valer
Acho que desta vez
Eu consegui
Mas tive que me perder
Me joguei
Mais uma vez
Na estrada que não tem fim
Nem liguei
Para o que iam dizer de mim
Desparafusado me tornei
Caminhante sem destino
Um maluco de estrada
Mas do meu peito
Te arranquei.
domingo, 31 de janeiro de 2016
O que me falta
O sal na boca
E o sol na cabeça.
Da mata
E do barco
A balançar.
A beira mar.
O vento
Vindo do mar.
De um simples povo,
Que se contenta
Em apenas amar.
Do mar,
Mas eu continuo
A sonhar.
Gui Batista
sexta-feira, 29 de janeiro de 2016
Pode-se
quarta-feira, 20 de janeiro de 2016
Mensagem para um cafajeste
Mulheres são pérolas
Merecem o melhor
Não pense só em você
Pense nelas também
Respeite e cuide
Pois quando o coração dói
Por causa da mágoa
A ferida que se cria
Demora pra cicatrizar
Antes
De alguém machucar.
quinta-feira, 19 de novembro de 2015
Perdido nas estradas
Passei dias com a dúvida cruel, perdi noites de sonos, andei perdido pelas redondezas e por fim aceitei ser aquilo que no fundo eu sabia que eu era. Falei comigo mesmo: “Agora eu não apenas me sinto, eu sou um vira lata”.
Assumir minha condição me fez enxergar o mundo diferente, o posto não era mais qualquer lugar no meio do nada, agora era o meu lar. Ficava em uma BR movimentada, mas ao mesmo tempo em que muitos carros, caminhões e ônibus passavam, eu tinha a paz e tranquilidade de ser um dos poucos moradores dali.
O posto era pequeno, ao todo eram oito bombas de abastecimento, o chão de cimento com alguns buracos pequenos e outros grandes, quando chovia poças se formavam, as cores do telhado, das paredes e de tudo mais que levasse algum tipo de tinta, estavam tão desbotadas que quase não eram reconhecidas pelos viajantes que estavam perdidos e procuravam o Auto Posto Vermelho e branco. Sim o posto tinha as mesmas cores descritas no nome, mas por falta de manutenção, limpeza e pintura, alguns passavam batido por não reconhecerem aquela parada tradicional.
Ao fundo um restaurante que em outros tempos fora premiado por ter a melhor comida de estrada, naqueles dias só servia o trivial, mas não o da região e sim o de outra, o trivial que os novos donos conheciam.
Eu por varias vezes sentei ao lado da escadinha que dá acesso ao restaurante e observei o entra e sai de turistas, na maioria das vezes saiam reclamando que a comida não era mais a mesma, que o lugar tinha virado uma espelunca e que se não fosse a tradição não tinham parado ali.
Quando me assumi um vira lata, comecei a conversar com os frentistas, eles passaram a me cumprimentar e me fornecer água da torneira em um pote feito de lata. Ficava o dia todo ouvindo cada um deles contarem suas histórias...
terça-feira, 29 de setembro de 2015
quarta-feira, 16 de setembro de 2015
Flor mineira
(Gui Batista)
Onde não mais se via o marrom da terra
Mas sim a cor do asfalto
A casa do pai não tinha mais
Na cidade grande procurou um canto
Se abrigou num cortiço junto com outros retirantes
Vindos daquele mesmo lugar
Que nunca saiu e nem sairá da sua cabeça
Ah Ubá cidade carinho
Na escola se formou
Um dia se casou
Filhos pensou em ter
E logo veio a gravidez
Do primeiro e do segundo
Veio também a mudança de condição
A falta de dinheiro
E a vontade de deixar
Pra trás a querida cidade
E ganhar a imensidão
A moça simples migrou
De repente mais um filho brotou
E na terra da garoa
Onde parecia não nascer flores
Uma flor de mulher desabrochou
Arranjou trabalho
E entre idas e vindas
Na grande metrópole
A guerreira se fixou
Pra tudo que passou
As batalhas foram muitas
Todas as dificuldades
Com muita fé ela superou
E por isso
Com a medalha da vitória
Deus a agraciou.
Por trás do sorriso
Atrás de todo sorriso
Há um pouco de tristeza
Sorriu pra mim a natureza
Que mesmo desmatada
Minha alma sempre afaga
Com sua beleza
E partiu mais um guerreiro
Entre um sorriso e outro
Percebe-se o desespero
Sozinho vai ficar
Em um outro vilarejo
Longe da família
Ele foi ganhar o pão
E viver uma passageira solidão
A esposa carinhosa
Ri pra não chorar
Toma conta dos filhos
Aguardando ansiosa
A hora de pra lá
Também poder voar
E sorrir nunca foi fácil
Pro poeta que vos fala
Mas quando mostro os dentes
Sei que na verdade
Atrás de todo sorriso
Há um pouco de tristeza.
segunda-feira, 14 de setembro de 2015
Contribua com qualquer valor para a publicação do meu livro
quinta-feira, 20 de agosto de 2015
Hora de seguir
Desapeguei
Parei de procurar
O causador
O que causa a dor
Com o que restou
E a cicatriz
Foi o que ficou
O que me fará feliz
Sem olhar para trás
Pra me libertar
Eu quero ser feliz
O que passou
Passou
Agora eu entendi
É hora de seguir
Abra seu coração
Olhe para o presente
Pois o futuro
É sua construção
E o passado está pronto
Pra demolição
O que me faz feliz
Não olhar para trás
Pra me libertar
Eu quero ser feliz
O que passou
Passou
Agora eu entendi
É hora de seguir.
quarta-feira, 24 de junho de 2015
O inverno chegou
Ele tomou e se animou
Fazia frio no fim do outono
A cidade mais cinza ficava
A garoa caia
O vento cortava
E olha que ontem
Fazia calor
quarta-feira, 10 de junho de 2015
O castigo do garimpeiro
Me perdi no caminho
Agora tento me encontrar
Procuro em tantos lugares
Mas meu coração
Sempre é levado de volta
Ao diamante
De cabelo encaracolado
Que um dia encontrei
Mas deixei de lapidar
O diamante se auto lapidou
O cabelo que era enrolado
Hoje liso ficou
A beleza aumentou
Sua vida segue a todo vapor
A minha também
Perdi no caminho
Um pouco de mim
Por isso sigo sozinho
Mas lembro do que se foi
E por um momento
Sinto-me como um vulcão
Prestes a explodir
É quando entro em erupção
A lava salgada
Dos meus olhos escorrem
Numa tentativa frustrante
De esvaziar a mente
E o coração
O diamante se foi
Pelo furo da peneira
Que o próprio garimpeiro
Com os seus descuidos
E sua desatenção
Criou.
Gui Batista
terça-feira, 28 de abril de 2015
Vamos trocar
quinta-feira, 23 de abril de 2015
Mudança inevitável
Veja
Ele não mudou
Em nada
Quem mudou
Foi
Somente você
E seus amigos
O tempo passou
E nos
Distanciou.
Dois pássaros
me transportaram
para o interior
e depois partiram
mas por algum tempo
eu ainda ouvi a cantoria
do casal de passarinhos
a revoar.
quinta-feira, 16 de abril de 2015
Falsa verdade
sua dura realidade
que ela se tornou
pra ele
uma falsa
verdade.
Gui Batista
segunda-feira, 30 de março de 2015
Cadê as flores?
Em qualquer lugar
Hoje se ausentou
E agora
Temos que ter sorte
Para sentir
Se por um acaso
Perto delas
Passarmos.
Renovação
Já não me lembro
Da última viagem que fiz
E retornei o mesmo
Da hora que parti
A estrada é assim
Cada lugar que vou que fui
E até mesmo os que só passei
Minha alma se renovou
E a tristeza no regresso
Hoje é controlada
Já teve tempos que
Ao findar de uma viagem
O choro em meu rosto
Brotava e demorava a cessar
Hoje me conformo
Uma viagem só chega ao fim
Para que outra possa começar
E com isso aprendi
Que não é preciso chorar
Assim me torno aprendiz
Das andanças que faço
Por aí eu sigo
A todo momento
Renovando minha diretriz.
Gui Batista
segunda-feira, 2 de março de 2015
Muito se aprende na BR rumo ao sul
Alguns dias se passaram, convidei outro amigo para entrar na trip, esse já experiente em ir para o sul, fiz o convite e na hora ele aceitou, disse que ia ser muito legal e que eu ia gostar. Fiquei feliz por ter mais um em nossa viagem, mas em seguida ele fez uma série de questionamento que me deixaram chateado.
Conversamos por mensagens por algum tempo e ele primeiro perguntou se os quatro ou cinco caras iam no meu carro, respondi que sim e quis saber o porquê da dúvida, aí ele me disse que ia forçar muito o motor, achava melhor não. Pensei comigo mesmo e lembrei que já tinha percorrido quase a mesma distância com mais três mulheres e suas bagagens e o carro foi muito bem. Depois ele veio com a ideia de que ele dirigiria nos pontos críticos e que o caminho era perigoso para eu ir dirigindo, falou que conhecia tudo e que já havia ido pra lá oito vezes, que não era fácil, disse que aquela estrada não é pra qualquer um e que um amigo dele levou um dia pra chegar lá enquanto ele faz em dez horas.
Prestei atenção em tudo e percebi que um pânico estava sendo criado em cima disso tudo, notei também que em vez de palavras de incentivo, estava recebendo o contrário, coisa que eu jamais faria com alguém que estivesse na empolgação que eu estava. Poderia até orientar, mas jamais colocaria medo dizendo que caminhões em alguns trechos empurram carros que estão a sua frente. Eu simplesmente alertaria dos perigos usando palavras de encorajamento.
Mas uma frase que ele disse me chamou atenção: “Se aprende muita coisa na BR rumo ao Sul”. Na hora que ouvi isso, decidi que iria dirigindo e com certeza aprenderia muito e nesse instante lembre-me de uma frase que ouvi um dia: “As tartarugas aproveitam muito mais os caminhos do que as lebres.” Percebi que não importava o quanto iria demorar pra chegar lá e nem quais seriam as dificuldades, eu simplesmente iria como sempre faço nas estradas, com muita cautela e respeitando os perigos. Não precisava chegar rápido, só precisava chegar.
Decidi deixar pra lá essa parte que me chateou e entrei em contato com o Marcio Misso para tentar achar um lugar para ficarmos. Mandei uma mensagem falando sobre um texto que havia publicado sobre uma viagem que fiz no passado e disse que estava escrevendo mais um, mas só conseguiria acabar de escrever se fosse para Florianópolis, por isso, precisava de um lugar pra ficar lá no feriado.
Aguardei ansioso a resposta que veio com boas novas: o lugar estava arrumado. Era um quarto com um beliche e uma cama de casal em uma das casas do Marcio que um dia fora meu aluno em uma das inúmeras academias que já dei aula. Ele cobrou um valor que para mim estava ótimo. Prontamente respondi a mensagem dizendo que ia confirmar tudo com os três amigos que iam comigo e logo confirmaria.
Falei com o Alan sobre os valores e ele sem pensar topou, na sequência o Rafa também confirmou depois de checar seu orçamento, o único que não tinha certeza era o Vitor, pois teria um compromisso na mesma data, mas ele ficou extremamente empolgado em abandonar o compromisso e juntar-se a nós.
Com a semana quase chegando ao fim, o Marcio que estava passando dias em São Paulo foi fazer um treino na academia onde eu trabalhava, conversamos muito, o apresentei para o Vitor e nesse momento, o pouco que faltava para convencer aquele que parecia ser o último a entrar em nossa barca rumo ao sul, foi feito pelo nosso anfitrião em Florianópolis quando trocou algumas palavras com o indeciso, mas quase certo em nossa viagem.
O fim de semana veio e passou, o clima se transformou e pela primeira vez naquele ano, realmente vi o outono se mostrar. Choveu, ventou, o céu acinzentou e a semana seguinte com frio começou.
Na segunda, confirmei mais uma vez com todos sobre a viagem e todos inclusive Vitor, confirmaram que iríamos todos juntos. Fui ao banco depositei a metade do valor cobrado e a partir daí não tinha mais jeito de voltar atrás.
Quando tudo estava fechado, eis que mais um integrante surge e agora seriamos cinco, quatro homens e uma mulher rumando para o sul de nossas vidas. Todos ávidos e ansiosos por essa que parecia ser a viagem do ano. Cada um em seu canto imaginando os caminhos, as estradas e seus encantos.
segunda-feira, 19 de janeiro de 2015
Palavras
Por outras palavras,
Dão origem a frases
Que formam músicas,
Poesias e livros.
Escritas e até gesticuladas.
São tudo, são nada
E voltam a ser tudo.
E sempre amarei.
Gosto de falar, de escrever,
De ouvir e de sentir.
Me encanto quando as leio
E às vezes choro
Quando as ouço,
Em uma estrutura linda
E bem ritmada.
Mas às vezes parecem
Não existirem,
Quando se fazem ausentes
Na hora que queremos expressar
Tudo o que sentimos.
Elas cismam em não
Darem as caras,
Mas nessa hora
Que faltaram às palavras,
Vem um único olhar
E diz tudo.
quinta-feira, 11 de dezembro de 2014
Já é dezembro
Ouço um som, parece música ou algo querendo ser música. Vejo os dias nascerem felizes e irem mais além. Percebo pessoas sofridas colecionando cicatrizes e outras com vidas mais tranquilas, finalmente satisfeitas com o que tem.
Os semblantes já não são mais os mesmos, agora o sorriso sai mais aberto do que antes. Sinto que o frio deu lugar ao calor, mas com certeza em algum canto, hoje alguém chorou.
O mundo a essa altura flerta com o submundo, ameaça com ele se fundir, para assim quem sabe, converter todos os humanos em seres espirituais, mas muitos não dão o braço a torcer, seguem seus caminhos rodando em círculos e sempre voltam para suas gaiolas emocionais.
Agora chego perto do fim de mais uma jornada. Viajando vou caminhante sou. Ouço um som cada vez mais nítido, mas aos poucos percebo que as misturas sonoras aumentam. Distinguir o que toca nesse momento, não sou capaz.
Passaram-se meses, muitas coisas aconteceram. Dor, alegria, dúvidas, certezas, necessidades, ausências, encontros, desencontros e muito mais. Tudo isso dentro de um parêntese que se abriu em um único dia lá trás, bem no início desse período composto por um tempo voraz.
Músicas alegres ecoam, pessoas se animam e esquecem das dores. É quase época de festas, hora de repensar tudo que vivemos, agradecer por tudo que aprendemos e planejar o que virá.
Pra a grande maioria, esse é o momento para corrigir erros deixados para trás, mas o que realmente sinto, é que infelizmente não podemos quase nada fazer em tão poucos dias.
O parêntese aberto já vai se fechar, mais um ciclo em semanas se encerrará e o que irá ficar é o que fomos e fizemos na caminhada.
Como você se portou? Você evoluiu? Você reagiu e lutou contra o que te faz mal? Você fez valer o fato de estar vivo? Ajudou a quem precisava? Você se acomodou e em vez de caminhar assistiu a mais um ano acabar?
O som parou, já não o escuto mais. Tristemente percebo que muitos ao serem indagados, não resistiram e por conta de suas respostas não cantam mais. O pior que já é dezembro, não temos tempo pra mais nada, esse ano já foi e não voltará jamais. A euforia deu lugar ao silêncio na vida de quem não lutou.
Gui Batista
quinta-feira, 27 de novembro de 2014
Vivi ou sonhei
Visões de uma caminhada
segunda-feira, 24 de novembro de 2014
Cena final
Todos os dias, um homem ensaiava sua cena final na sacada de sua casa que ficava em cima daquele bar amarelo que sempre olhei com a cara encostada na janela frontal da academia onde eu fingia trabalhar, todas as tardes sem fazer nada, lá no bairro da Mooca tempos atrás.
Com um copo na mão, o homem se apoiava na pequena mureta que batia em sua cintura e se balançava para frente e para trás. Na época, acreditei que ele dançava alguma música, mas logo comecei a perceber um sintoma expressivo de autismo. Ele girava um liquido transparente que de longe eu não conseguia saber se era água, vodka ou alguma cachaça. Em seguida ele numa golada só, esvaziava o copo e entrava rapidamente num dos cômodos que estava logo atrás de suas costas.
Não fiquei muito tempo trabalhando naquele local que cada vez mais, parecia me levar para o fundo do poço profissional, por isso, não fui um entre vários na plateia que viu aquele homem dar um salto pra fora de sua triste rotina de ensaios e cair na gandaia no bar logo abaixo de sua casa.
Gui Batista
quarta-feira, 5 de novembro de 2014
Ciganos
segunda-feira, 20 de outubro de 2014
Liberte o pássaro azul
Abra espaço em sua mente,
Deixe pra trás o obsoleto,
Não busque no passado
Soluções para o presente.
Retire do coração
As ataduras,
Se liberte das amarguras
E dê novo sentido a vida,
Não reviva os tempos da ditadura.
Destranque as fechaduras,
Escancare as portas
E deixe o sol entrar
Pelas brechas e aberturas.
Liberte o pássaro azul,
Que do seu peito
Sempre quis sair,
Deixe-o voar
Não seja uma pessoa dura
Como Charles Bukowski
Liberte o pássaro azul
E deixe-o voar.
Rios que se juntam
quarta-feira, 27 de agosto de 2014
Antídoto para uma dor
terça-feira, 19 de agosto de 2014
Tire a tampa de seu recipiente
Várias saídas
segunda-feira, 11 de agosto de 2014
Novamente se acendeu
A chama que no passado
Se apagou
Hoje outra vez acendeu
Cresce rápido e sem parar
Faz arder nosso interior
Sentimento esquecido
Ontem parecia extinto
Agora se revigorou
É a velha chama que retorna
E nos mostra
Que tudo se renova
E ela se renovou
Chama viva
Que vivia apagada
Se acendeu
Nunca morreu
Novamente acesa
Faz arder
Corações que endureceram
Mas aos poucos
Começam a derreter.
Gui Batista
sexta-feira, 8 de agosto de 2014
Visita recorrente
O cheiro do passado
Novamente
Veio me visitar
Fingiu ser ele
Do presente
Me deixou feliz
Me fez contente
Mas lá pelas tantas
Ele sem se despedir
Se mandou daqui
Me deixou triste
Sem saber
E eu sem perceber
Deixei-o partir
Sem perguntar
De onde ele veio
E em qual parte do caminho
Que eu o senti
Nessa minha vida
Sem roteiro
Gui Batista
quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Plante a paz
Verdades ditas
Por pessoas que te amam
E só querem o melhor pra sua vida
Caso contrário não perderiam
Tempo e lágrimas
Observando e analisando
Qual seria a melhor saída
E a melhor saída era:
As verdades serem ditas.
Ato principal
O palco se moveu
Sem ninguém perceber
As cenas de nossas vidas
Continuaram a nos entreter
Ao findar do espetáculo
Tudo estava fora do lugar
E eu vi algo novo
Entre nós acontecer.
quarta-feira, 23 de julho de 2014
Dia estranho
Estranho dia
Se mostrou desde o início.
Minha Veloz mente
Se rende, mas rápido se levanta.
Hoje tudo parece fora do lugar,
Amanhã tudo muda
E as coisas se acertam.
Desespero depois calmaria,
Sintomas da modernidade,
Que atinge principalmente
Pessoas de grandes cidades,
Onde o dinheiro é a prioridade.
Uns se entregam,
Caem em depressão
E a solução é o remédio
Outros persistem
E o remédio é o amanhã.
Estranho dia,
Se foi, ficou pra trás.
O amanhã chegou,
Hoje tudo está normal
E a paz se restaurou.
Gui Batista
O vagabundo e a dama das flores
Entre todas as flores caídas ao chão,
A mais linda e mais viva era você.
Sabia que naquele dia
Você estava leve e feliz,
Agora percebo que as flores
Te carregavam.
Hoje delas me faço aprendiz
Quem sabe assim
Um dia também te faço feliz.
Gui Batista