Um poeta louco que sonha como poucos

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segunda-feira, 2 de março de 2015

Muito se aprende na BR rumo ao sul

Ouvi uma frase que me instigou mais ainda a partir rumo ao sul, há muito tempo tenho pensado em sair do sudeste e rumar para novos lugares. Alguns dias atrás estava dando aula e um aluno me falou que no feriado iria viajar para Florianópolis, na hora e sem pensar perguntei se onde ele ia ficar dava pra colocar uma barraca no quintal ou se teria algum lugar pra mim e mais três dormirem, ele disse que ia ver com o irmão e me falava em outro momento.
Comecei a tentar juntar o pessoal da última viagem que fiz para Itamambuca em Ubatuba, falei sobre a ideia de ir pra Floripa e na hora os três ficaram empolgados como eu. Fui pra casa passei uma mensagem para um amigo que mora lá pra ver se conseguia uma casinha para nós quatro e fiquei aguardando o retorno.
Alguns dias se passaram, convidei outro amigo para entrar na trip, esse já experiente em ir para o sul, fiz o convite e na hora ele aceitou, disse que ia ser muito legal e que eu ia gostar. Fiquei feliz por ter mais um em nossa viagem, mas em seguida ele fez uma série de questionamento que me deixaram chateado.
Conversamos por mensagens por algum tempo e ele primeiro perguntou se os quatro ou cinco caras iam no meu carro, respondi que sim e quis saber o porquê da dúvida, aí ele me disse que ia forçar muito o motor, achava melhor não. Pensei comigo mesmo e lembrei que já tinha percorrido quase a mesma distância com mais três mulheres e suas bagagens e o carro foi muito bem. Depois ele veio com a ideia de que ele dirigiria nos pontos críticos e que o caminho era perigoso para eu ir dirigindo, falou que conhecia tudo e que já havia ido pra lá oito vezes, que não era fácil, disse que aquela estrada não é pra qualquer um e que um amigo dele levou um dia pra chegar lá enquanto ele faz em dez horas.
Prestei atenção em tudo e percebi que um pânico estava sendo criado em cima disso tudo, notei também que em vez de palavras de incentivo, estava recebendo o contrário, coisa que eu jamais faria com alguém que estivesse na empolgação que eu estava. Poderia até orientar, mas jamais colocaria medo dizendo que caminhões em alguns trechos empurram carros que estão a sua frente. Eu simplesmente alertaria dos perigos usando palavras de encorajamento.
Mas uma frase que ele disse me chamou atenção: “Se aprende muita coisa na BR rumo ao Sul”. Na hora que ouvi isso, decidi que iria dirigindo e com certeza aprenderia muito e nesse instante lembre-me de uma frase que ouvi um dia: “As tartarugas aproveitam muito mais os caminhos do que as lebres.” Percebi que não importava o quanto iria demorar pra chegar lá e nem quais seriam as dificuldades, eu simplesmente iria como sempre faço nas estradas, com muita cautela e respeitando os perigos. Não precisava chegar rápido, só precisava chegar.
Decidi deixar pra lá essa parte que me chateou e entrei em contato com o Marcio Misso para tentar achar um lugar para ficarmos. Mandei uma mensagem falando sobre um texto que havia publicado sobre uma viagem que fiz no passado e disse que estava escrevendo mais um, mas só conseguiria acabar de escrever se fosse para Florianópolis, por isso, precisava de um lugar pra ficar lá no feriado.
Aguardei ansioso a resposta que veio com boas novas: o lugar estava arrumado. Era um quarto com um beliche e uma cama de casal em uma das casas do Marcio que um dia fora meu aluno em uma das inúmeras academias que já dei aula. Ele cobrou um valor que para mim estava ótimo. Prontamente respondi a mensagem dizendo que ia confirmar tudo com os três amigos que iam comigo e logo confirmaria.
Falei com o Alan sobre os valores e ele sem pensar topou, na sequência o Rafa também confirmou depois de checar seu orçamento, o único que não tinha certeza era o Vitor, pois teria um compromisso na mesma data, mas ele ficou extremamente empolgado em abandonar o compromisso e juntar-se a nós.
Com a semana quase chegando ao fim, o Marcio que estava passando dias em São Paulo foi fazer um treino na academia onde eu trabalhava, conversamos muito, o apresentei para o Vitor e nesse momento, o pouco que faltava para convencer aquele que parecia ser o último a entrar em nossa barca rumo ao sul, foi feito pelo nosso anfitrião em Florianópolis quando trocou algumas palavras com o indeciso, mas quase certo em nossa viagem.
O fim de semana veio e passou, o clima se transformou e pela primeira vez naquele ano, realmente vi o outono se mostrar. Choveu, ventou, o céu acinzentou e a semana seguinte com frio começou.
Na segunda, confirmei mais uma vez com todos sobre a viagem e todos inclusive Vitor, confirmaram que iríamos todos juntos. Fui ao banco depositei a metade do valor cobrado e a partir daí não tinha mais jeito de voltar atrás.
Quando tudo estava fechado, eis que mais um integrante surge e agora seriamos cinco, quatro homens e uma mulher rumando para o sul de nossas vidas. Todos ávidos e ansiosos por essa que parecia ser a viagem do ano. Cada um em seu canto imaginando os caminhos, as estradas e seus encantos.
Continua em breve nessa mesma publicação...
Gui Batista

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