Despertei de
um cochilo no fim de uma sonolenta manhã de quinta feira depois de já ter dado
aula as seis, fato que me forçara a sair da cama às cinco horas da madruga, antes
mesmo de eu ter deixado o sono que me persegue há dias ir embora.
Acordei
novamente e dessa vez um pouco assustado com um longo sonho que tive em alguns minutos
de sonos que pareciam eternos. Sonhei que me rendia ao capitalismo e me vi com
aquela sede de ganhar dinheiro a qualquer custo que nos é imposta para que
possamos ser iguais uns aos outros nesse mundo de fachadas em que vivemos.
Quis e
consegui uma fortuna, como eu não sei, mas consegui e por incrível que pareça
minha vida mudou, flutuei e me vi do alto, eu era um jovem em rápido processo
de envelhecimento, roupas cinza, acho que era um terno cobrindo um corpo que se
modificava dando origem aparência repugnante e a uma barriga protuberante.
Percebi que, ao
mesmo tempo em que eu me arrastava pela selva de pedra, ela se arrastava para
dentro de mim, meu antigo jeito manso e doce que não via maldade em quase nada,
foi endurecendo e dando lugar a um ser com uma face lânguida, coração gélido e pensamentos que eu nunca antes havia pensado.
Os intermináveis
minutos de cochilo quase foram interrompidos por mim, antes de eu ao menos
saber onde aquilo que eu tinha me tornado ia chegar, mesmo sonhando lembrei que
precisava raspar a cabeça para tentar disfarçar os fios brancos que já brotavam
como gramas albinas em meio a meus cabelos pretos.
O sonho
continuou por um minuto que se perdeu na imensidão do tempo, pois nunca chegara
ao fim e assim pude ver que por conta de uma coisa que nunca quis como
prioridade na vida, eu envelhecia e mudava minhas essências. Vi lá do alto meu
corpo irreconhecível, não mais andando e sim cambaleando, com notas de dinheiro
transbordando dos bolsos traseiros das calças, eu estava indo atrás de amor e
carinho, coisa que há muito tempo não via, mas não achei em nenhum lugar e
estava prestes a entrar em um...
Acordei por
pensar que já estava atrasado para ir trabalhar e antes do minuto perdido achar
o caminho do fim, me precipitei e o sonho encerrei sem saber onde entrei. Na
verdade atrasado não estava e ao acordar constatei que mal havia dormido.
Analisei e reanalisei
tudo que sonhei e cheguei à conclusão que é melhor viver do jeito que estou
vivendo, sem muito dinheiro, mas com muita paz e amor. Não precisamos de muito
dinheiro, só do suficiente.
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