Um poeta louco que sonha como poucos

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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Nossa casa Reza Vela


Um bar, pra muitos uma casa!
Um som, pra muitos uma reza!
Uma luz, pra muitos uma vela!

Essa é a minha casa Reza Vela,
Essa é a sua casa Reza Vela,
Essa é a nossa casa Reza Vela.

É minha, é sua e é nossa.
Temos tudo isso e nada nos é cobrado .
Músicos cruzam a cidade sem nada ganhar
E pra nos ver contentes, passam um dobrado.
Fazem isso, acho que é por nos amar.

Mais uma noite acabou,
A chaleira passou!
Será que alguém contribuiu,
Será que usaram a consciência
Ou será que ninguém se tocou.


quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Fiquei feliz



Fiquei feliz quando a felicidade resolveu dar as caras. Quando ela apareceu em meu       caminho, já era tarde da noite e eu estava quase desistindo de encontra-la depois            daquele dia triste e cinzento, mas ela chegou ao meu lado enquanto eu dirigia no frio     com os vidros abaixados e me arrancou um sorriso que se transformou em risada, me     fez sentir o vento na cara como se eu estivesse na estrada e mesmo estando em longe do mar, nesse momento senti o gostinho da praia.

A felicidade me mostrou que ela pode até tardar, mas ela nunca falha e mostrou também que ela aparece no momento em que estamos mais precisando dela, naquele instante que você nem se quer lembra que ela existe, ela vem e te prova o contrário. 

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Tarde de chuva na Avenida Paulista


Num abrigo do metrô em meio à Avenida Paulista, aglomeração de gente e lá fora chuva cai forte e acompanhada pelo vento. Pessoas se preocupavam com as roupas, os     sapatos e os cabelos.
 Na calçada logo à frente, um vendedor vê alegre, os guarda chuvas se acabarem, pois são comprados por aqueles que esqueceram justamente neste dia e não podem       esperar a bonança que em minutos estava para chegar.
 Enquanto ouço o papo de duas professoras indignadas sobre seus alunos de hoje que são diferentes dos de antigamente, percebo que a chuva parou e o que restou foram     poucas pessoas ao meu redor, chão molhado e poças espalhadas pela rua.
Retorno para minha caminhada mesmo de baixo de alguns pingos que restaram e vejo que mesmo aguardando a chuva parar, estava dentro do horário.
 Cheguei ao meu destino, cumpri o meu compromisso e voltei para casa contente e agradecendo a Deus pelos momentos que vivi naquela tarde.



terça-feira, 22 de outubro de 2013

Surpreendente fim



Acordou cedo como não era de costume, olhou pela janela de seu quarto e viu que o dia não estava quente, não estava frio, não estava chovendo e também o tempo não estava tão seco.
Parecia mais um dia normal na grande metrópole, cheia de prédios, avenidas, viadutos e pessoas correndo sem parar, cada um vivendo suas vidas de maneiras que acreditavam ser a ideal.
Sal lavou o rosto, ligou o rádio na cozinha, fez seu café, passou manteiga no pão e comeu, ouviu as mesmas notícias e músicas de sempre, mas quando estava prestes a mudar a chavinha de liga e desliga do aparelho sonoro para a posição off, ouviu uma notícia que para muitos ouvintes foi um verdadeiro choque.
Sal tomou um banho, se arrumou e decidiu ir naquele dia, que era um sábado, aos mesmos lugares que costumava ir desde sempre. Desceu até o estacionamento, ligou o carro e partiu. Passou na casa de familiares, amigos e no meio do caminho buzinou e cumprimentou vários conhecidos do bairro.
A manhã ia se esvaindo, ao mesmo tempo em que ele notava pessoas com rostos tristes, com fisionomia demonstrando apreensão.  A hora do almoço passou enquanto Sal se deliciava com uma boa refeição na padaria de costume, acabou de comer e enquanto se preparava para ir para outros lugares, notou pessoas que nunca tinha visto antes por ali, que por consequência da notícia transmitida pela manhã decidiram ir pra lugares diferentes ao invés de ficar em casa.
Era muita gente falando uns com os outros e alguns consigo mesmo, falavam que se soubessem que tudo ia acabar naquele dia teriam feito tudo diferente, como se alimentado melhor,  praticado mais atividades físicas, se relacionado melhor com os familiares, colegas e amigos, viajado mais, trabalhado com o que gostavam de fazer e não jogariam suas vidas fora por conta de trabalhos que consomem seus dias e suas noites sem uma folga sequer.
Via-se uma multidão querendo viver tudo o que tinham pra viver em um único dia, filas se formavam em guichês de rodoviárias e aeroportos, ônibus todos lotados tentando levar para algum lugar pessoas com a alma transbordando de vontades e sentimentos.
Sal pegou seu carro e dirigiu tentando chegar até o bairro que costuma frequentar, mas se viu quase que impedido, pois ficou horas e horas para vencer os doze quilômetros que separam a Vila Formosa de Itaquera. As ruas pareciam um verdadeiro estacionamento a céu aberto, milhares de carros em filas e filas formando o maior congestionamento da história, como não tinha muito jeito de escapar do trânsito, o melhor que ele fez foi pensar em sua vida e tudo que já tinha feito nesses trinta e poucos anos, pensou nas várias viagens, para praia e para o interior, lembrou de suas aventuras em ilhas sem eletricidade e veio a sua cabeça as lembranças de todas as estradas que passou, todas as pessoas que conheceu pelos caminhos.
Recordou de tudo que estudou, por que sonhou com aquilo, e não por que a sociedade impôs, dos amigos que fez na faculdade, de todos os trabalhos que teve e percebeu que nunca teve muito dinheiro, mas sempre teve tempo de sobra pra curtir a vida, que pode ter sido simples, mas muito bem aproveitada.
Lembrou de todos os bares que passou como cliente, como funcionário, como poeta declamando suas poesias, ou buscando inspirações para novos textos, de todos os músicos que encontrou na boemia e veio a sua mente todas as namoradas que arrumou nos bares da vida.
Viu com suas lembranças que tudo que fez, valeu a pena pelo simples fato de ter sido feito. Notou que a vida podia acabar com ele ali dentro daquele carro em meio ao tráfego lento, mas ficou feliz e viu que não precisava se desesperar, pois não havia deixado de fazer nada que queria ao longo dos anos.
Quando Sal chegou ao seu destino, viu que muitos que deixaram pra viver a vida que realmente queriam ter vivido, nos últimos instantes, acabaram vendo seus sonhos ficando pelo caminho, pois não havia mais tempo pra nada e ali no meio da avenida, desejos profundos e não realizados foram podados e um último suspiro em meio à poluição foi forçado a sair.
O tempo se esgotou e o dia derradeiro se apagou aos poucos, muitos não tiveram tempo de fazer tudo o que queriam e viram a notícia veiculada pelo rádio se tornar realidade, mas em meio a triste humanidade que perecia, via alguns sorrisos de alegria, eram poucos, mas existiam.
Os raros sorrisos pertenciam aos que viveram a vida que queriam todos os dias que aqui na terra habitaram. Sal não suspirou, mas sim, sorriu por que viveu.




sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Diante do abismo


Mais uma vez o tempo,
Me trouxe paz e muitas dúvidas
Com sabedoria respondeu.

Levou pra longe o amor não correspondido
E sem pestanejar, revelou pra mim,
A direção para um novo abrigo.

Peguei o rumo sem saber o meu destino.
O vento soprando pelas costas,
Como uma mão me empurrando.
Eu seguia em frente vendo o tempo passar.

Quando cheguei ao fim da caminhada,
A trilha estava a um passo atrás
E um passo a frente só o precipício
Que parecia intransponível.

Me encontrei parado
Sem saber o que fazer
Diante do abismo
Receoso e indeciso.

O tempo veio e disse:
Eu passei enquanto você andou,
O vida te trouxe até aqui,
Muitas coisas você superou
O mundo girou.
Agora se esforce e descubra um jeito
E encontre seu novo abrigo
Mesmo que haja esse
Buraco tão profundo.

Foi aí que percebi que na vida
Perdemos, ganhamos
E tornamos a perder e a ganhar.
Passamos por caminhos
Desconhecidos em busca do novo
E às vezes nos encontramos
Diante do abismo
É nessa hora que temos que largar
Tudo o que nos faz mal
E aprender a passar como o tempo,
Que sempre passa pra tudo renovar
E temos que tentar transpor
Tudo aquilo que julgamos
Impossível ultrapassar
Em nossas vidas.


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Vá em frente

Vá em frente

Caminhos verdes, lugares longínquos,
Destinos desconhecidos.
Sigo os meus desatinos.
Se chegarei, jamais saberei
Se nesse caminho não adentrar.
Será que vou encontrar no fim dessa busca
Algo que me faça feliz?
Ouço meu coração que bate forte e me diz:
Vá em frente sem jamais desistir,
Só assim irá descobrir.


Gu Batista

A banqueta

A banqueta

Me chamaram pra passear, 
Logo aceitei. 
Me arrumei e montei na minha lambreta, 
Chegando ao lugar, tudo estava como o combinado,
Todos sentados em cadeiras 
E reservado pra mim,
Tinha uma banqueta.
Peguei um copo pra tomar cerveja,
Conversa vai conversa vem,
No meio da noite apareceu um cara,
Sabe o que ele tocava?
Uma escaleta.
A animação foi geral,
Todos cantavam e dançavam
E eu resolvi tocar minha corneta
De repente lembrei da praia
E de como não gosto de borrachudos
Bem que eles podiam ser borboletas.
Cai na real e saquei do bolso
Algo que esqueci de pagar,
Era uma boleta.
Pensei nos juros,
Pois é claro que já tinha vencido.
Falei comigo mesmo:
É, vai ficar cara essa carreta!
Decidi ir embora e fui,
Mas tive que voltar
Por que esqueci minha maleta.
Aproveitei pra pegar um provolone
Que estava na mesa
Coloquei na boca e senti um ardido
Gritei: Isso é pimenta malagueta.
Desisti de ir embora e novamente sentei
Na minha banqueta. 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Anseios de surfista

Num dia daqueles
Cheio de anseios,
Ultimamente corriqueiros.
Pesquisei sobre o tempo,
Vi a previsão anunciar
Céu aberto e calor.
O velho costume de saber das ondas
Me fez olhar o mapa
Que o caminho mostrou.

Quando dei por mim
Era noite de sexta
Na cabeça uma certeza
Descer a velha trilha
Mochila arrumada
A minha frente, só a estrada
E lá em baixo a praia.

 De madrugada na arei cheguei
Parei em frente ao mar
Senti aquele cheiro
E a maresia vindo me encontrar.
Comi, dormi, mas antes bebi
Pra esquecer a minha sede
De surfe
Ou de simplesmente

Sentado na areia ficar.