Um poeta louco que sonha como poucos

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quarta-feira, 31 de julho de 2013

Se eu fosse uma praia

Se eu fosse uma praia

Se eu fosse uma praia, queria ser Camburi
Pra ter a Rio Santos passando ao meu lado,
Ter Boiçucanga e Maresias como vizinhas
E também estar perto de Juquey.

Ia ser parte de São Sebastião,
Litoral Norte de São Paulo.
Minhas artérias e veias,
Seriam os becos que dão na praia,
Com pessoas indo e vindo.

Meus braços e pernas seriam
Ruas adjacentes
Que chegam ao meu tronco,
A estrada do Camburi
A via principal,
Onde estão as pousadas.

Minha cabeça seria o topo do morro,
Na extremidade sul,
De onde se vê também a praia da Baleia
E assim meu rosto ficaria
Mais próximo do céu,
Bom pra contemplar a noite
Em dias de lua cheia.

Meu remédio seria:
Os caiçaras que lá vivem
Os turistas do ano todo
Que são quase locais
E sempre estão lá,
Na chuva e no sol.
E os que só vão no verão.
Todos juntos
Formariam minha mágica poção.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Reza vela



Vi pessoas concentradas,
Estavam a rezar.
Era uma reza forte,
Tão forte que me fez entrar.
Acendi uma vela
Pra de alguma forma participar.
Participei de tudo aquilo,
Todos ali uma vela acendeu.
A noite toda, foi só reza e vela.
Amanheceu,
Tudo estava decidido,
Nunca mais vou parar
Com a reza
A vela não mais se apagará
Reza que une a multidão
Vela que ilumina a vida
E nos tira da escuridão.

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Ansiedade


Transbordou dentro de mim,
Adrenalina.
Nos olhos pequenos a pupila,
Dilatou.
Os pelos do corpo
Arrepiou.
E veio aquele antigo instinto
Que me forçava a fugir.
Era a ansiedade,
Que mais uma vez
Quis me ver sofrer
.
Dessa vez dei um basta,
Respirei fundo,
Observei as pessoas ao redor,
E as coisas desse mundo.
Pra dentro de mim olhei
E vi que a solução
Está em nós mesmos,
Temos que fazer brotar.
Do equilíbrio do nosso ser.
Só assim vamos aprender a dosar
A emoção e a razão
Antes de tudo
E de qualquer decisão.


quinta-feira, 18 de julho de 2013

Veio e passou

Veio e passou

Ele veio e passou,
Mas deixou rastros:
No rosto, dele ficaram vestígios
Quando a barba cresceu.
Na cabeça, deu sinais
Em fios de cabelos brancos
Que nasceram, cresceram e caíram.
No corpo promoveu reduções
De músculos.
Na mente proporcionou
Aumento de sabedoria.
No coração deixou feridas,
Mas também as curou.

Veio e passou.
Ninguém o viu, só sentiu.
Ele é aquilo que passa
E não volta mais.
É aquele que trouxe,
Que traz e trará
Novas esperanças pra nós

Simples mortais.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Antigo clube


Ando pelo contra fluxo,
Faço parte de um antigo clube
Que não aceita qualquer um.
Parece que todos lá, vivem no desespero
E quando vem a calmaria,
Nesse clube ninguém tem por ela apego.

Na verdade eu queria uma vida normal,
Emprego estável, salário bom
E que ninguém duvidasse da minha moral.
Ate hoje não consegui,
Vivo de serviço em serviço,
Levando uma vida marginal.
Marginal não no sentido de fora da lei,
Mas sim as margens da normalidade.
Prefiro a noite, vivo nos bares,
Gosto da praia,
Por mim, pra trás deixava a cidade.
Escrevo poesias e quero ler romances,
Percebo que minha existência,
É mais um capítulo de algum drama
Que tem o roteiro sempre alterado,
Com vagabundos apaixonados pela vida,
Amantes incondicionais e incompreendidos
Que parecem estar sempre na beira do abismo.

Por vezes tento abandonar o clube,
Mas quando percebo nele estou de volta.
Estou prestes a aceitar a minha sina
E dele ser sócio vitalício.
Talvez assim a vida se aprume
E eu acabe descobrindo
Em que a minha se resume.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Mensagens antigas


Sem querer vi mensagens,
Que um dia no passado,
Triste escrevi.
Eram despedidas
Pra mais um amigo que partiu,
Foi romper fronteiras.
E cruzar o mundo.

Faz tanto tempo,
Mas parece 
Que foi a um segundo
Desde então
Nunca mais o vi.

Sei que tudo está bem e
Que a amizade ainda existe
E mesmo com a distância 
Resisti. 

Fazer o que 
A vida é assim, uns vão,
Outros ficam.
A esperança do reencontro
Nos acalenta, faz bem
E minimiza a dor de sermos
Da saudade, reféns.


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Adeus meu velho carro

Como um barco há muito tempo no estaleiro
Ele estava, mas partiu depois de muito custo.
Mostrou que não desaprendeu.
Saiu feliz como alguém que nunca mais iria ver a rua,
Mas viu.
Com seu ronco inconfundível e seu charme natural,
Parecia flutuar pelo caminho.
O destino era certo, ia para oficina.
Ser reformado pra tentar voltar à velha forma:
Robusto, potente, veloz e beberrão.
O tempo o transformou,
Hoje de luxo não é mais, envelheceu,
Mas não ao ponto de se falar
Que tem o mesmo valor dos antigos.
Mesmo por que,
Ele nem passou da meia idade
E o tempo veio como um bandido,
Roubou o seu valor e o condenou a ser vendido.
Coitado,
Depois de ter dado alegria pra quem não tinha carro,
Acabou sendo trocado por um outro mais atualizado
Que na sua vaga da garagem

Já se encontra estacionado.

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Sou o que escrevo

Se eu deixar de escrever,
Minha mente sucumbirá
De tanto pensar
E nada poder mostrar.
Meu coração
Doente será na ânsia de gritar
E não ter voz.
Minha alma não mais andará
Por perto daqueles,
Que meus versos gostam de ler.
Por fim não existirei
Por que não sou nada além,
Do que escrevo
Pra vocês.

Tudo e nada em um segundo


Estou aqui mais uma vez,
Mas pra que, não sei dizer.
Você não aceita
O que tem no peito,
Não se decide.
É sempre assim.
Estou indo embora
E dessa vez não voltarei.

Do mesmo jeito,
A vida nos uniu
E agora vem nos separar.
Tudo e nada em um segundo
Do amor a frustração,
Desilusão.

Nossas vidas, longe um do outro,
Vão mudar.
Melhor assim, pra você
E também pra mim.
Mas tem um único problema
Não gosto de despedidas,
Muito menos nessas horas
Que sabemos ou descobrimos
Que é o fim,
Da união de nossas vidas.


sexta-feira, 5 de julho de 2013

Se tornou real

O universo paralelo
Trouxe você,
Pra ficar ao meu lado
E comigo viver.
O único problema
É que estávamos em dimensões separadas.
E somente eu podia te ver.
Mas aonde eu ia você estava comigo,
Nas horas boas a gente curtia
E nas ruins você me dava abrigo,

Hoje os tempos mudaram.
Você e eu no mesmo universo real,
Finalmente você é de carne e osso,
Saiu da imaginação,
Se tornou real.
Tem brilho nos olhos e um lindo rosto.
 É Normal como todo mortal.
Tem seus defeitos,
Mas suas qualidades são infinitas
Que não dá pra contar nos dedos.
Temos nossas brigas
Mas no fim é a paz que fica.
Agora todos sabem que é você
Quem enfeita e alegra essa minha vida
Que junto com a sua,
Parece perfeita
E é minha favorita.

quinta-feira, 4 de julho de 2013

Um outro planeta

Outro dia tive um sonho ,
Sonhei que estava em outro planeta.
Estranho, mas não gostei do que vi.
Pessoas correndo de lá para cá,
Todos levando vidas simplórias.
Muitos dos feitos daquele povo,
Não eram dignos de glória.
Não pensavam nas consequências
Que seus atos podiam acarretar.
Nasciam e cresciam em um só lugar,
Pensavam que só existia aquilo
E que lá era o melhor mundo pra se morar.
Me abismei com a distribuição de renda,
Era muitos com pouco
E poucos com muito.
A violência ia de encontro com a paz
E infelizmente vencia
Na maioria das vezes.
Ainda bem que acordei
E vi que era um sonho.
Agradeci
Por ser a terra,
O melhor lugar pra ficar.


Precipitação


Precipitei-me novamente,
Não seria eu senão fosse assim.
Ávido por viver,
Aquilo que nunca vivi
Ou que vivi, mas esqueci.
Me joguei novamente na estrada,
Na velha estrada da vida.
Comecei a andar,
Logo me depararei
Com o acaso
Trazendo mais um caso,
Que bem rápido virou paixão.
Meus olhos brilharam,
Meu coração saiu pela boca,
Falei mais do que devia,
Verdadeiro sinal de precipitação.
Eu que queria mudar,
As atitudes ponderar.
Não consegui,
Antes da hora me declarei
E como um caminhão
Pesado e cheio de sentimentos,
Desgovernado na pista fiquei.

terça-feira, 2 de julho de 2013

Dois pés atrás

Ela tinha os dois pés atrás,
Eu pensava lá na frente.
Ela demorou pra se encantar,
Eu me encantei com um só olhar.
Ela pensou em me dar seu telefone,
Eu já queria ligar.
Ela tinha os dois pés atrás,
Eu estava com os meus adiante.
Ela pensou em me beijar,
Eu a beijei
E nos abraçamos.

Ela de trás um pé tirou,
Eu agradeci o passo que ela deu.
Ela sentiu saudades,
Eu me apaixonei.
Ela disse que eu sou demais,
Eu já não suportava a sua falta.
Ela sonhou e disse que era com a gente
E eu também sonhei.

O sonho se realizou,
Não sei se o meu, o dela, ou os dois.
Ela tirou o outro pé de trás
E eu me entreguei de vez.
Agora, eu e ela, não se fala mais.
Nos unimos e agora
Somos nós.
E o que era um mais um
Virou dois.

Teve encontros e desencontros
Mas algo nos deixava próximo
Houve o reencontro
E pouco a pouco vamos construindo,
Algo que só o tempo dirá
Se irá ser amor ou se vai ser só paixão
Mas o momento atual
É o que mais importa
Então continuamos a fazer
Nossa história.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Prever o futuro

Queria prever o futuro,
Ver o caminho certo a se seguir,
Saber o que falar e onde pisar
Pra não te assustar.

Por que será que todo começo
Tem que ser assim.
Incerteza, insegurança,
Vontade de ir pro meio
E nem pensar no fim.

Quero te agradar.
Me esforço e me porto como um rei,
Quero que seja minha rainha.
Te encho de elogios
E como se fosse preciso,
De minuto a minuto
Repito tudo outra vez.

Queria prever o futuro
Pra antes de acontecer,
Saber.
Será que vai dar certo?
Será que vai doer?

Mas como nada é tão simples
Deixo acontecer
E os meus impulsos
Vou tentar conter
Controlar os meus anseios
E a vontade de dizer
O quanto gosto de você.