Um vira lata foi como eu me senti, abandonado em um posto de gasolina na beira da estrada e de tanto me sentir assim, comecei realmente a me transformar em um cachorro. Pensei em ser um pit-bull para aproveitar minha cara fechada e espantar as ameaças que podiam aparecer, mas pensei que com a cara de poucos amigos, poderia era é afastar os que se aproximavam. Então veio a mente ser um puddle branquinho, igualzinho aqueles de apartamento, mas logo tirei essa ideia da cabeça, imagina eu em posto no meio do nada, pulando em todos que passam a minha frente, quase que implorando carinho e atenção, definitivamente não ia rolar.
Passei dias com a dúvida cruel, perdi noites de sonos, andei perdido pelas redondezas e por fim aceitei ser aquilo que no fundo eu sabia que eu era. Falei comigo mesmo: “Agora eu não apenas me sinto, eu sou um vira lata”.
Assumir minha condição me fez enxergar o mundo diferente, o posto não era mais qualquer lugar no meio do nada, agora era o meu lar. Ficava em uma BR movimentada, mas ao mesmo tempo em que muitos carros, caminhões e ônibus passavam, eu tinha a paz e tranquilidade de ser um dos poucos moradores dali.
O posto era pequeno, ao todo eram oito bombas de abastecimento, o chão de cimento com alguns buracos pequenos e outros grandes, quando chovia poças se formavam, as cores do telhado, das paredes e de tudo mais que levasse algum tipo de tinta, estavam tão desbotadas que quase não eram reconhecidas pelos viajantes que estavam perdidos e procuravam o Auto Posto Vermelho e branco. Sim o posto tinha as mesmas cores descritas no nome, mas por falta de manutenção, limpeza e pintura, alguns passavam batido por não reconhecerem aquela parada tradicional.
Ao fundo um restaurante que em outros tempos fora premiado por ter a melhor comida de estrada, naqueles dias só servia o trivial, mas não o da região e sim o de outra, o trivial que os novos donos conheciam.
Eu por varias vezes sentei ao lado da escadinha que dá acesso ao restaurante e observei o entra e sai de turistas, na maioria das vezes saiam reclamando que a comida não era mais a mesma, que o lugar tinha virado uma espelunca e que se não fosse a tradição não tinham parado ali.
Quando me assumi um vira lata, comecei a conversar com os frentistas, eles passaram a me cumprimentar e me fornecer água da torneira em um pote feito de lata. Ficava o dia todo ouvindo cada um deles contarem suas histórias...
Passei dias com a dúvida cruel, perdi noites de sonos, andei perdido pelas redondezas e por fim aceitei ser aquilo que no fundo eu sabia que eu era. Falei comigo mesmo: “Agora eu não apenas me sinto, eu sou um vira lata”.
Assumir minha condição me fez enxergar o mundo diferente, o posto não era mais qualquer lugar no meio do nada, agora era o meu lar. Ficava em uma BR movimentada, mas ao mesmo tempo em que muitos carros, caminhões e ônibus passavam, eu tinha a paz e tranquilidade de ser um dos poucos moradores dali.
O posto era pequeno, ao todo eram oito bombas de abastecimento, o chão de cimento com alguns buracos pequenos e outros grandes, quando chovia poças se formavam, as cores do telhado, das paredes e de tudo mais que levasse algum tipo de tinta, estavam tão desbotadas que quase não eram reconhecidas pelos viajantes que estavam perdidos e procuravam o Auto Posto Vermelho e branco. Sim o posto tinha as mesmas cores descritas no nome, mas por falta de manutenção, limpeza e pintura, alguns passavam batido por não reconhecerem aquela parada tradicional.
Ao fundo um restaurante que em outros tempos fora premiado por ter a melhor comida de estrada, naqueles dias só servia o trivial, mas não o da região e sim o de outra, o trivial que os novos donos conheciam.
Eu por varias vezes sentei ao lado da escadinha que dá acesso ao restaurante e observei o entra e sai de turistas, na maioria das vezes saiam reclamando que a comida não era mais a mesma, que o lugar tinha virado uma espelunca e que se não fosse a tradição não tinham parado ali.
Quando me assumi um vira lata, comecei a conversar com os frentistas, eles passaram a me cumprimentar e me fornecer água da torneira em um pote feito de lata. Ficava o dia todo ouvindo cada um deles contarem suas histórias...
Continua