Um poeta louco que sonha como poucos

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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

O malandro se foi


Noite estranha foi aquela
Que emudeceu o canto do malandro.
Não se via nem um choro, nenhum pranto,
Mas algo aconteceu que abalou o encanto
Daquele lugar.
O vento soprou a notícia,
De boca em boca nos vilarejos
Que formavam aquela ilha.
Pessoas subiam nas palmeiras
Tentando ver de longe
O que era difícil de acreditar
Somente de ouvir.
As pessoas se perguntavam,
O que será que aconteceu?
Ninguém sabia!
Só se falava que naquela noite
Não haveria cantoria.

O malandro desapareceu
Pra onde ele foi
Ninguém sabe e ninguém viu.
Só é sabido que seu coração
Foi abalado.
O homem do mar se apaixonou
Abandonou a ilha,
Deixou pra trás seu lugar amado.
Rumou pra Minas Gerais,
Acham que foi pra Zona da Mata
Juiz de Fora, Ubá, Viçosa talvez.

Enquanto todos na ilha
Não sabem seu paradeiro
O malandro pela estrada vai
Subindo e descendo morros
Verdes e encantados de Minas.
Vendo as paisagens mineiras
E com a ideia certa na mente
De se instalar numa cidade
Dentro de um vale
Onde reside uma mulher
Que virou sua cabeça.

O malandro pela estrada vai,
Subindo e descendo morros
Verdes e encantados de Minas.

O malandro se foi.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Pelos ares


Hoje pude perceber,
Aqui sozinho sem você
Que a vida está passando
O vento como sempre,
Vai me levando
Como um papel solto no ar.
Passo por tantos lugares
A maioria são bares,
O que me faz lembrar de você
E assim vou enfrentando meus dias,
Escrevendo em mim mesmo
A minha própria história.
Aqui sentado,
Acompanhado apenas pelo copo e pela garrafa,
Encerro mais um capítulo da minha vida
Indo pelos ares.
Parece que vou sair voando,
No tempo e no vento
Como um papel,
Às vezes cheio de anotações,
Outras nem tanto,
Mas mesmo assim sigo voando.
Às vezes penso no regresso,
Fazer o caminho inverso
Só pra poder te encontrar
Numa dessas páginas da vida,
Que escrevemos juntos
Em outros tempos

Antes das brigas.

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Um jardim

Um jardim

Um lugar pra contemplar,
Pra relaxar e pra se encontrar.
Gramado, com arvores,
Flores, plantas e vidas
Bem ali na grande cidade.
A paz completando a paisagem,
A luz do sol dando força ao verde,
O céu azul trazendo
A alegria de viver,
Infinita perto da natureza.
Um jardim,
Mostrando como é belo
E o cinza como sempre

Se opondo a essa beleza.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Revelações de uma visita


Em um segundo,
Passou pela minha mente
Tudo que vivi nesse mundo,
Aumentado por uma lente.

Revisitei a vida
Não a que vivi ontem,
Mas sim aquela antiga
Que eu nem lembrava mais.

Notei detalhes importantes,
Que não dei valor em outrora
Por não me parecerem relevantes
Como parecem agora.

A visita me mostrou
Que tudo que passei
Trouxe-me onde estou.
Não venci e nem fracassei.

Se aqui estou é por que cheguei,
Posso ter me perdido,
Mas pode ser também que me encontrei
E por isso agradeço por tudo
Que desde sempre eu tenho vivido

E por tudo que ainda viverei.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Frase que nunca existiu


Li uma frase que nunca existiu,
Que você pensou em escrever,
Mas não pegou a caneta e desistiu.
Deixou pra lá.

Você,
A frase não colocou no papel,
Tentou assim esconder,
Um sentimento
Que podia nos envolver.

Não deu.
Pois hoje eu consegui,
Li uma frase que nunca existiu,
Nunca existiu com tinta de caneta
Num papel,
Mas está estampada no seu rosto,
Nos seus olhos e no sorriso
Que se abre quando perto de mim
Você chega.
Assim, sem nada sua boca falar.
Entendo tudo que tanto

Você resistiu em não revelar.

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Tudo que vi


Imaginei uma expedição
E sem perceber coloquei em prática.
Quando me dei conta,
Era eu dentro de um carro
E a minha frente uma estrada.

Sem saber pra onde ir
 E nem o que ia acontecer,
Segui meu coração,
Não parei de dirigir
Até que em meio ao nada
Vi tudo,
 Que há tempos não via.

Vi a paz em meio ao silencio,
Vi ao lado da estrada um homem
Tirando da natureza seu sustento,
Vi o amor ao próximo
Mesmo sem o conhecer,
Sem saber de onde vem
Ou pra onde ele está indo.
Vi a alegria no rosto sofrido,
Vi a fauna cruzar a minha frente
Naquele caminho
Que cortava a flora
Dando origem a estrada.

Quando dei por mim,
Percebi que a estrada chegou ao fim
E que a expedição também acabara.
Peguei tudo que vi e coloquei na bagagem.
Retornei contente com a mochila cheia,
Pra encarar a realidade da grande cidade.