Um poeta louco que sonha como poucos

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quinta-feira, 27 de junho de 2013

O que vivi no Estaleiro Bar

De um lado era São Sebastião do outro Ilhabela. Subimos na balsa e depois de alguns minutos, já com o céu escuro a travessia chegava ao fim. Desembarcamos numa  Ilha iluminada e acolhedora e fomos rumo a um bar encantado chamado Estaleiro.
A viagem prometia muitas surpresas. Aceleramos para dentro da noite de sábado. Ainda eram 19h30min e até às 22 horas tínhamos que passar o tempo de alguma forma até encontrar a nossa banda preferida que também eram nossos amigos, para uma noite de show no Estaleiro Bar com o Dialeto Dub.
Estávamos eu e o Thiago naquele início de noite sem saber o que fazer. Demos uma  volta pelas ruas da Vila de Ilhabela e paramos num Café que também era loja de cds e óculos, um lugar agradável. Lá tomei um expresso e como sempre não me contentando com um só, pedi outro. Tomei as duas xicaras e ainda o relógio marcava 20h30min e pra enrolar mais um pouco, um cappuccino foi pedido pelo Thiago. Levantamos fomos conhecer o restante da loja, pedi pra colocar um cd de jazz. Era Miles Davis tocando um belo som. Pagamos a conta e saímos para a rua que era a beira mar. Fomos ao píer onde pessoas
 pescavam utilizando molinetes com iscas luminosas, todos numa concentração que  dava gosto de se ver.
Voltamos para rua e adentramos em uma livraria, vimos vários livros e quadros. O celular tocou. Era o Bruno dizendo que já estava em frente ao bar. Fomos pra lá e nos juntamos a mais quatro na noite.
Tomamos uma cerveja e comemos lanches na padaria ao lado do Estaleiro Bar e em seguida começamos a arrumar o palco para a banda.

O bar

O Estaleiro era um bar aconchegante, era um lugar aberto cercado por uma mureta não muito alta, o que permite aos frequentadores observar o movimento da rua e mais a  frente o mar.
A iluminação era feita por algumas luzes, que não deixavam o lugar nem muito claro e nem muito escuro, assim podíamos observar as paredes com algumas pinturas, revelando um ambiente recheado de arte. Ao centro do bar algumas mesas e cadeiras,  mas o pessoal queria mesmo era ficar em pé.
Antes de o local encher, a banda já começou a tocar e a energia do ambiente que já era boa, ficou ainda melhor. Aos poucos as pessoas iam entrando, encantados pelos sons e pela diversidade de gente que se reuni ali.

As pessoas

No decorrer da noite, me sentia bem ao lado da Cyn e do Thiago enquanto assistia ao Show do Bruno, do Wilian e do Marcelo. A casa ia enchendo cada vez mais. Pessoas de todos os tipos. Fui até o balcão pegar uma cerveja e esbarrei em um índio e não acreditei, comecei a conversar com ele e descobri que seu nome era Jorge. Ele falava de suas apresentações  caracterizado de indígena. Ele falou que gostava de mostrar sua cultura, mas ficou desiludido quando soube que quem o levava para tais apresentações só queria o dinheiro e não estava nem aí para o seu povo. Comentou que deixara sua aldeia e vive agora como um homem branco, disse  que sofria muito preconceito, por isso, saiu de sua tribo Tupinambá, se casou com uma mulher branca e ela foi a única que ele amou, mas a largou, pois ela era extraviada. Não quis entrar em detalhes sobre sua vida amorosa e voltei pra junto dos meus. Fui ficar do lado da Cyn e e do Thiago.
Trocamos de lugar, fomos mais pra perto do palco e ficamos num canto. Ali na parede  havia uma pintura, era um ser meio homem meio peixe que flutuava num céu azul. Certa hora essa criatura grudou no meu pescoço e me passou algumas informações, ele tinha observado uma moça me olhando e falou pra eu ir perto dela. Eu já estava meio desconfiado, pensei que estava sonhando acordado que uma pintura de parede estava falando comigo, mas quis ver até aonde ia essa história. O desenho na parede continuou insistindo pra eu me aproximar da garota, aí então foi a hora que eu decidi desmascara-lo e perguntei: “onde ela está?”
O homem peixe voador chegou perto de mim, me abraçou e falou: “ ali do lado daquele senhor que deve ter uns 90 anos dançando e pulando” Achei isso a gota d’água e gritei com aquele habitante da parede do bar:  “ Você é louco, são duas da manhã, não tem ninguém com essa idade aqui muito menos pulando e dançando” Ele só mandou eu me virar para trás  e olhar e isso foi o que eu fiz. Deparei-me com tudo  que ele falou, a moça me olhando e o senhor eufórico com a sua dança mais que atual. Era tudo verdade.
Me aproximei da moça, me encantei por ela e a fiz se encantar por mim. Com o velhinho, dancei, pulei e dei-lhe um abraço.
Comecei a pensar que estava em um bar num reino encantado, onde todas as pessoas,  independente da idade, da cor e de sua posição social eram iguais. No final da noite cada um foi para sua casa e nós seis que não éramos da Ilha, tivemos que encontrar um canto pra dormir aquele resto de noite que ainda restava.
Dormimos todos num quarto cedido pelo dono do bar. No domingo acordamos tomamos um belo café, que podia ser considerado um almoço. Fomos a algumas praias, esperamos a noite cair novamente e retornamos para São Paulo com algumas certezas em nossas mentes e nossos corações.







sábado, 22 de junho de 2013

Desfile do veleiro

O barco desce pelo rio,
Em águas mansas desliza.
De trás do morro ele aparece
E num piscar de olhos
Na água doce não está mais.
Ultrapassou a foz,
Entrou no mar,
Encorpou-se, ergueu a vela.
E agora vai.
O vento sopra e o barco vai,
Rápido e solto
Parece desfilar.
Velas coloridas
Verde amarelo e vermelho
E o branco do casco.
O vento sopra e o barco vai.
O rio ficou pra trás
A sua frente à imensidão
Do Atlântico que separa
Mas também une os povos.
Aquele mesmo Atlântico
Que trouxe muitos dos nossos
Em navios negreiro
E hoje é palco
Para o desfile do veleiro.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Protesto

Quem é você
Que chega e me diz.
Palavras de ordem,
Fala em revolução,
Incentiva o povo,
A procurar nova direção.

Mas faz tudo errado
Rouba o irmão
Age de má fé
Descontentando a multidão
E ainda se diz um aliado
E que esta junto na missão

Não sei qual a sua missão
A nossa está bem clara
Queremos paz, amor e união.
Preservar nossos lugares
Longe da ambição
Da corrupção
Você não e um parceiro
Se for um ladrão

Se arrependa                                                           
Revolucione seu interior
Se vista com humildade,
Seja honesto.
Garanta seu direito

De cidadão batalhador

Rumo a vitória

 Incerteza nas direções,
Mas sei que vou chegar.
Te alcançarei ,
Custe o que custar.
Sou pessoa de bem
E não vou desistir.
Só quero vencer.
Sei da força de cada um,
Também sei da minha,
Por isso sigo em frente
E comigo Deus caminha.                                                        
Um dia vou chegar
E a medalha da vitória
Virá contemplar.

Oh Deus!
Preciso da sua luz,
Sou pessoa de bem.
Ilumine meu caminho
Não mude meu destino,
Mas me leve à vitória
E me tire só um pouco
Do meio dessa confusão
Quero paz na terra,
No mar e no coração
Para assim o mal vencer

E a vitória acontecer.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Evolução do namoro


Em algum dia do passado,
Tudo começou.
Insegurança, desejo e ciúme.
Você se apavorou,
Não sabia o que estava acontecendo
Mas deixou acontecer
E se entregou.
Sem perceber o tempo passou,
O que era no início incerto
Hoje em namoro se transformou.
Insegurança não tem mais,
O desejo era um sintoma
Da paixão que aumentou e
Virou amor.
O ciúme,
Esse foi o único que não mudou.

Autor: Gui Batista Emidio

terça-feira, 11 de junho de 2013

Dias de outono em Camburí


Certo dia na praia de Camburí, Litoral norte de São Paulo, vimos uma onda quebrando no final da tarde quando céu azul não mais estava, parecia que ela vinha anunciar o escuro da noite que chegava para nos acolher.
Envolvidos pelos morros verdes, o mar azul e o laranja do céu de outono, vimos o dia virar noite e o calor dar lugar a um frio que pedia uma blusa pra esquentar. Às sete horas  nossas almas junto com nossos corpos, pediam uma pausa para nos alimentar.                Uma breve parada num restaurante e a janta veio nos acalentar. Tudo bem simples,        arroz, feijão, salada, farofa e aquele peixe de costume.
Éramos quatro, depois da janta uma se foi, não aguentando o sono entrou no chalé e      dormiu.
Sobraram três com a fome saciada. Parecia que tínhamos hora marcada, fomos à praia   pra poder cantar.
Em mãos, um violão e uma escaleta, eram dois tocadores que também eram cantores e  eu ali só pra apreciar os mais belos sons que mais pareciam vindos do mar.
Sentados na areia, de repente apareceu mais um com seu instrumento escondido dentro da bolsa e pediu pra participar. Concordamos e ele participou e voltamos a ser quatro na noite escura e fria.
Depois de um tempo a cantoria acabou, o último que se juntou ao grupo sumiu da        mesma forma que chegou. O da escaleta foi embora encontrar com a namorada, pra        juntos caírem nos  braços do Morfeu. Eu e o violeiro entramos num bar, bebemos          ouvimos mais músicas,  conhecemos pessoas e no fim da madrugada quase de manhã,   fomos  embora.
Cada um pro seu canto, a noite se foi o sol nasceu. Acordamos horas depois para viver o dia, compor uma nova história e aproveitar o sol enquanto a noite não chegava novamente.

Autor: Guilherme Batista Emidio